Passaste por mim qual meteoro
incandescente. Destrutivo e belo.
E desde então, nas noites frias, choro
na tua busca - e não consigo vê-lo.
Eu imagino teu voar constante
na amplidão do vasto universo.
Me desespero por te ver distante,
daí a dor e o sofrer do verso.
A persistência bem faz refletir
sobre o desejo, que é loquaz e mudo.
O que só me impele a querer sentir
e transformar essa paixão em tudo.
E sinto que o destino está já traçado:
Eu e você: um corpo embalsamado.
Bardo Setelagoano, em 08 de janeiro de 2010.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
AMARTE
Aparar-te
como a grama de um jardim.
Revelar-te
como o quadro de um pintor.
Será isso amor
ou arte?
Bardo Setelagoano
Publicado no Recanto das Letras em 07/01/2010
Código do texto: T2016195
como a grama de um jardim.
Revelar-te
como o quadro de um pintor.
Será isso amor
ou arte?
Bardo Setelagoano
Publicado no Recanto das Letras em 07/01/2010
Código do texto: T2016195
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
AMANTE EXPLORADOR
A assim continuar
no impávido colosso,
do prazer de amar-roubar
restará somente o osso.
Bardo Setelagoano
Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2010
Código do texto: T2013359
no impávido colosso,
do prazer de amar-roubar
restará somente o osso.
Bardo Setelagoano
Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2010
Código do texto: T2013359
ENGENHO E ARTE
Ínfimo sorriso abrasador
Que dos lábios dela a mim partiu:
Mera esperança de um amor
Vulto de uma saudade vil.
Mais tarde, foi ela quem se foi
E deixou o amor por descobrir.
Separar o trigo desse joio,
Que o amor não quer nenhum mártir.
Quem na terra busca uma paixão,
Seu destino é se desesperar.
Pois que o amor é só preposição
Entre o intelecto e o pulsar.
É no fogo amigo de quem parte
Que se vai buscar o engenho e a arte.
Parceria, distante no tempo, com Ary Moraes Filho (grande, único amigo, que não vejo há muito tempo)
Bardo Setelagoano
Publicado no Recanto das Letras em 28/12/2009
Código do texto: T1999429
Que dos lábios dela a mim partiu:
Mera esperança de um amor
Vulto de uma saudade vil.
Mais tarde, foi ela quem se foi
E deixou o amor por descobrir.
Separar o trigo desse joio,
Que o amor não quer nenhum mártir.
Quem na terra busca uma paixão,
Seu destino é se desesperar.
Pois que o amor é só preposição
Entre o intelecto e o pulsar.
É no fogo amigo de quem parte
Que se vai buscar o engenho e a arte.
Parceria, distante no tempo, com Ary Moraes Filho (grande, único amigo, que não vejo há muito tempo)
Bardo Setelagoano
Publicado no Recanto das Letras em 28/12/2009
Código do texto: T1999429
domingo, 3 de janeiro de 2010
HARMONIA
Dentro de ti
cordas, teclados e trompetes se misturam,
em harmônico ritual interior.
Tua música, porém, para ouvir,
jaz triste.
A seu canto
contemplas, solitário, a imensidão
dissonante e fria.
Como um acorde estéril,
compões e chora.
Bardo Setelagoano
Publicado no Recanto das Letras em 03/01/2010
Código do texto: T2009264
cordas, teclados e trompetes se misturam,
em harmônico ritual interior.
Tua música, porém, para ouvir,
jaz triste.
A seu canto
contemplas, solitário, a imensidão
dissonante e fria.
Como um acorde estéril,
compões e chora.
Bardo Setelagoano
Publicado no Recanto das Letras em 03/01/2010
Código do texto: T2009264
domingo, 20 de dezembro de 2009
PARAÍSO
Foi Deus,
Ser Supremo,
o mais Nervoso dos nervosos,
o mais Irritado dos irritados,
contemporâneo Precursor
da infelicidade contemporânea,
Quem, como se sabe, construiu,
com a argila literária universal,
o Paraíso: fez-se a Luz.
Ali, centrado em Si,
desenvolveu a Mulher, o Demo
e Adão. Este último, macho desajeitado,
sem razão e sem sorriso.
O que se seguiu é de ciência comum:
Total ausência de castidade - e de juízo.
Dizem os pulsares que Deus
(que nunca se culpou, pois Ele só não é a culpa de todas as culpas)
até hoje, com a mão sob o queixo, estupefato está:
- Que imagem é essa?
- Que semelhança é essa?
- Quem foi que deu causa a tamanha leviandade?
(Brada Ele, eternamente, diante das infinitas luzes do infinito Universo).
E assim Deus quedou-se inerte, imerso em Seus pensamentos.
E assim permanece, há muitos anos-luz.
As vezes, pergunto eu, diante de tantas contradições:
- Se até Ele não sabe, como saberei?
Autor: Bardo Setelagoano
Publicado no site Recanto das Letras
Ser Supremo,
o mais Nervoso dos nervosos,
o mais Irritado dos irritados,
contemporâneo Precursor
da infelicidade contemporânea,
Quem, como se sabe, construiu,
com a argila literária universal,
o Paraíso: fez-se a Luz.
Ali, centrado em Si,
desenvolveu a Mulher, o Demo
e Adão. Este último, macho desajeitado,
sem razão e sem sorriso.
O que se seguiu é de ciência comum:
Total ausência de castidade - e de juízo.
Dizem os pulsares que Deus
(que nunca se culpou, pois Ele só não é a culpa de todas as culpas)
até hoje, com a mão sob o queixo, estupefato está:
- Que imagem é essa?
- Que semelhança é essa?
- Quem foi que deu causa a tamanha leviandade?
(Brada Ele, eternamente, diante das infinitas luzes do infinito Universo).
E assim Deus quedou-se inerte, imerso em Seus pensamentos.
E assim permanece, há muitos anos-luz.
As vezes, pergunto eu, diante de tantas contradições:
- Se até Ele não sabe, como saberei?
Autor: Bardo Setelagoano
Publicado no site Recanto das Letras
sábado, 12 de dezembro de 2009
Um poema de John Dryden
"SONG TO A FAIR YOUNG LADY, GOING OUT OF THE TOWN IN THE SPRING
by: John Dryden
ASK not the cause why sullen Spring
So long delays her flowers to bear;
Why warbling birds forget to sing,
And winter storms invert the year:
Chloris is gone; and fate provides
To make it Spring where she resides.
Chloris is gone, the cruel fair;
She cast not back a pitying eye:
But left her lover in despair
To sigh, to languish, and to die:
Ah! how can those fair eyes endure
To give the wounds they will not cure!
Great God of Love, why hast thou made
A face that can all hearts command,
That all religions can invade,
And change the laws of every land?
Where thou hadst plac'd such power before,
Thou shouldst have made her mercy more.
When Chloris to the temple comes,
Adoring crowds before her fall;
She can restore the dead from tombs
And every life but mine recall.
I only am by Love design'd
To be the victim for mankind."
by: John Dryden
ASK not the cause why sullen Spring
So long delays her flowers to bear;
Why warbling birds forget to sing,
And winter storms invert the year:
Chloris is gone; and fate provides
To make it Spring where she resides.
Chloris is gone, the cruel fair;
She cast not back a pitying eye:
But left her lover in despair
To sigh, to languish, and to die:
Ah! how can those fair eyes endure
To give the wounds they will not cure!
Great God of Love, why hast thou made
A face that can all hearts command,
That all religions can invade,
And change the laws of every land?
Where thou hadst plac'd such power before,
Thou shouldst have made her mercy more.
When Chloris to the temple comes,
Adoring crowds before her fall;
She can restore the dead from tombs
And every life but mine recall.
I only am by Love design'd
To be the victim for mankind."
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